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Charlotte(A história da pintora Charlotte Salomon, morta em Auschwitz)

  • Foto do escritor: Cláudia Eu Leio Sim e Daí
    Cláudia Eu Leio Sim e Daí
  • 14 de jun. de 2022
  • 3 min de leitura

Autor David Foenkinos - Editora Bertrand Brasil - Pag. 238

1ª edição - Ano: 2014 - ISBN: 978-85-286-2072-6

Capa: Carolina Vaz - Imagem da capa: Coleção do Museu Histórico Judaico de Amsterdã - Tradução: Maria Alice A. de Sampaio Doria

Gênero: Ficção francesa / Romance / Biografia

Olá turminha boa de leitura, temos aqui um livro biográfico, escrito pelo autor David Foenkinos, sobre a breve vida de uma grande pintora alemã-judia, Charlotte Salomon, assassinada no campo de concentração em Auschwitz (1943) aos vinte e seis anos e grávida de 5 meses, durante a Segunda Guerra Mundial. A estrutura da narrativa é análoga a de poesia e não de romance, apesar de que a dor que envolve essa moça, desde a tenra idade até o fim de seus dias é comovente e cruel demais para mencionar romance. É fato observar que durante a narrativa o emaranhado de problemas emocionais e intelectuais em que ela foi arrostada. Durante a escrita o autor vai pontuando as impressões ao estar nos ambientes em que ela esteve e tentou resgatar as impressões contidas em cada lugar tocado por Charlotte. David deixa explicito no livro que toda a referência para a construção desta obra foi através da autobiografia da artista, compactadas entre suas aquarelas e textos que ela batizou de "Vida? ou Teatro?".


Charlotte nasceu em Berlim (1917) em uma família judeu-alemã. Filha de um médico-cirurgião de elevado sucesso, que devido ao trabalho, passava muito tempo distante. Sua mãe uma enfermeira que após o casamento passa seus momentos a cuidar de Charlotte, e a dedilhar no piano, seus dias são marcados em uma imersa tristeza, e as crises de depressão são tão intensas que ela salta para o suicídio, quando Charlotte tinha apenas 8 anos. Fato esse, que é escondido da menina e apenas anos mais tarde ela fica sabendo da dura verdade. Esse não é o único caso na família é como se houvesse uma hereditariedade mórbida, arrastando boa parte das mulheres dessa família ao mesmo destino.





Charlotte era uma jovem introvertida e solitária, que desde cedo apresenta sua inclinação para a arte e são nesses momentos que ela consegue se sentir plena e traduzir em traços e cores seus sentimentos soltando assim, suas amarras. Ela precisava da arte. Ela respirava arte. Ela só vivia pela arte. Ela relatava toda sua trajetória em sua arte. Eram tempos em que a política antissemita nazista imperava e os judeus passavam a ser impossibilitados de atuar em várias áreas. Com muita persistência ela consegue ingressar na Academia de Belas Artes de Berlim e com seu talento consegue impressionar o corpo docente. Acontece que ela não pode receber uma premiação da Academia, simplesmente por ser judia e isso colocava em jogo seu futuro nas artes. Quando os judeus começam a serem caçados ela abandona Berlim e se refugia na França. Exilada e acuada ela percebe que o perigo a espreita e a partir de então ela começa a retratar sua autobiografia através de telas e escritas. A vida pode ser breve, mas sua arte tornou-a imortal!




Comentando:

Gostei de saber um pouco mais sobre essa mulher/pintora que tinha muito de garota sonhadora. Apesar de toda sua genialidade ao colorir suas obras, sua intimidade era contida, amargurada e monocromática. Uma mulher que reconheceu na pintura, uma forma de não enlouquecer e ser mais uma na estatística familiar fadada ao suicídio. Ela lutou e gritou pela vida, mesmo tendo a sua frente um mundo destruído pela intolerância, preconceito e privações de ser e estar. Uma mente brilhante que foi ceifada cedo demais.

Seria muito interessante se no decorrer do livro tivesse algumas pinturas da Charlotte para criar uma junção legal com o enredo, levando ao leitor um pouco de sua arte, assim conseguindo capturar seus sentimentos e também apresentar algumas pinturas para aqueles que até então não a conhecem.

Diga-me, já leram?

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É isso, beijos condoídos e tchau!




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