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DELÍRIO,POESIA E MORTE – A Solidão de Álvares de Azevedo]

  • Cláudia
  • 19 de jul. de 2018
  • 3 min de leitura

Olá turminha boa de leitura, hoje quero apresentar a linda obra “Delírio, Poesia e Morte – A Solidão de Álvares de Azevedo” da autora Luciana Fátima.

Esse livro, além de uma obra ficcional romanceada biográfica sobre a vida e morte do nosso querido Maneco (assim era tratado pelos amigos) Álvares de Azevedo nos faz mergulhar também em uma São Paulo do século XIX, com todas as agruras da pequena Vila São Paulo (nesta época São Paulo era pequena estando ainda em formação, portanto nada atrativa para os jovens, assim como Álvares de Azevedo).

A autora fala de uma maneira tão apaixonado e com tanta propriedade de sua vida, que fica difícil imaginar que não é ele relatando seus momentos para ela ou se não é ele mesmo nos falando de suas alegrias, solidão, aventuras e de suas leituras urgentes. Resgatar as memórias deste grande e ilustre representante da literatura brasileira é algo precioso para os amantes de sua escrita.

Se não conheces o jovem poeta que foi-se encontrar com a bela senhora a “Morte”, que sem recato e urgência deu-lhe um beijo longo e eterno retirando-o de sena com apenas 20 anos, este é o momento de conhece-lo pelas mãos e sensibilidade de Luciana Fátima.

O livro relata o caminho percorrido por Álvares de Azevedo, desde seu nascimento até a morte. Apesar de ser paulista de nascimento, sua alma era carioca pois foi muito pequeno para o Rio de Janeiro onde passou parte de sua juventude na capital do império. São Paulo não tinha atrativos e era muito pacata isso o tirava do sério, pois a saudade de sua mãe e irmã o consumia por isso dedicou-se totalmente aos estudos e aos seus poemas sombrios, pois seu coração estava sempre em outro lugar.

Maneco inovou a literatura com muita inteligência, mas levava uma vida desregrada, pois ao vir para São Paulo ingressar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco por não ter muito o que fazer na cidade reunia-se com seus amigos e passavam longo tempo bebendo e fumando muito. A ligação que ele tinha com o mistério da morte era muito emblemático, pois muitos encontros eram feitas no cemitério este era o lugar escolhido para os Saraus literários e ele sempre levava consigo um crânio feito de caneca para beber, ele brincava com tudo que ligava a morte. Maneco era extremamente melancólico e ansiava por um amor que não veio então tomou como sua companhia, a solidão, que o inspirava para compor suas obras.

Infelizmente ele morreu sem ver nenhum livro publicado, pois eles foram publicados apenas postumamente. Eu tenho algumas preferidas que é a antologia poética A Lira dos Vinte Anos e Macário. O traço em sua escrita sempre foi carregado de tristeza e paixão, com pitadas de humor negro. O sentimento de solidão e tristeza, refletidos em suas escritas, era de fato a saudade da família que o consumia. Diferente de outros jovens ele sentia que não viveria por muito tempo por isso exaltava a morte como se fosse uma salvação frente as frustrações e dores. Foi em uma visita de férias da faculdade para sua casa que Maneco Morreu, após uma queda de cavalo foi acometido pela tuberculose pulmonar e pode, então encontrar com sua querida amada “A Morte” selando assim, seu compromisso.

Vamos falar:

Um livro primoroso, com uma apresentação convidativa, uma bela diagramação tendo em todo o decorrer do livro fotos realizadas pela própria autora de esculturas tumulares. Uma apresentação certeira para relatar a trajetória do nosso poeta que tinha a morte como sua eterna amante. O jovem poeta gótico retratava a morte como sua bela amada em algumas vezes a desafiava em outras a entendia.

Luciana foi tão precisa que se apossou da existência do jovem Maneco. Tive todo o tempo a certeza de ouvi-lo relatar a sua vivencia e partida observando tudo ao lado de seus despojos. Através desta biografia estive próxima e fiz parte da mesa desse grande e solitário poeta que muitas vezes mesmo rodeado de amigos continuava, lá, só e nostálgico tendo a dúvida como companhia.

É emocionante a forma como a Luciana me envolveu. Obrigada, Luciana pela beleza que meus olhos puderam repousar. Sei que debruçou por muito tempo sobre várias escritas para nos presentear com o que há de melhor sobre Álvares de Azevedo.

Informações técnicas:

Livro: Delírio, Poesia e Morte – A Solidão de Álvares de Azevedo

Autora Luciana Fátima

Editora Estronho

Pag. 230

Ano: 2015

ISBN:978-85-64590-86-1

Ilustração de Capa: Henrique Kipper

Fotografias: Luciana Fátima

Revisão: Celly Borges

Gênero:Literatura brasileira/ Biografia romanceada

Tamanho da Fonte: Boa com espaçamentos adequados.

Recomendo.

DIGA, SIM PARA A LITERATURA BRASILEIRA!

É isso, beijos e tchau!


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