A Casa das 100 Janelas

Olá turminha boa de leitura, chegou ao fim umas das leituras coletivas mais gratificantes que tive o privilégio de participar, organizada pela LC Agência de Comunicação. Esse livro foi uma edição especial que o autor Jefferson Sarmento fez especialmente para todos que participaram da leitura coletiva. Obrigada, pelo carinho e consideração. O livro já está disponível para compra na Amazon.

Você tem medo do escuro? Se tiver, essa casa poderá assombrar seus dias, assim como fez com aqueles que a conheceram seja por adentrá-la, ou apenas por serem advertidos para que permanecessem afastados.

A casa das 100 janelas tem vida e seu cheiro é de morte e desespero!

Ela guarda segredos de outrora e as lembranças são sua roda condutora.

Se afaste de sua entrada, não entre, mas se entrar não tende desbravar seus cômodos, fuja imediatamente, pois ela aguarda por seus herdeiros de sangue ou da escuridão. Ela está com fome. Se você não sabe em que categoria se enquadra é melhor sair da cidade, pois ela chama e clama. Mas, se conhecê-la é o que deseja... que Deus tenha piedade de sua alma!

Mas entendam que quando se fala da casa, seus arredores também são contaminados revelando dores acorrentadas e antigas.

Preparem-se para percorrer cada canto da úmida, escura e doentia casa, que foi cenário de uma sublime história de amor não concretizada. Mas aqui não é o sentimento doce que a motiva e a alimenta, mas o ódio, vingança, desespero, preconceito, crueldade, mágoa, brutalidade, traição e a ganância.

Você está pronta para adentrar á escuridão assombrosa que assola cada canto dessa morada do horror que possui olhos, boca, pulmões, mãos e inteligência? Cuidado, suas garras são afiadas e uma fez preso como em uma teia, sair e com vida pode ser apenas o inicio de algo ainda pior! Mas, haveria alguém que conseguiu sair ileso desse lugar amaldiçoado? Segredos bem guardados podem estar afogados ou guardados em algum lugar tão escuro quanto à áurea pérfida e doentia de seu guardião, o mal!

Ela está acordando e com fome...

Bel Parque é uma daquelas cidades pitorescas impossível de se esquecer, com aquele ar gostoso, suas cachoeiras e rios refrescantes, suas matas misteriosas e divertidas. Ali 4 amigos (Chico, Dani, Mário e Mamute) passaram boa parte da infância sem problemas, apenas descontração regado a amizade e cumplicidade. Mas no Pico da Santa Luz, na Fazenda Sant’Ana, existia o Solar dos Fortes ou mais conhecido como a Casa das 100 Janelas, uma construção enigmática, pois quando a construção da casa finalizou ela tinha 365 janelas, uma para cada dia do ano, mas nem todas eram de verdade, apenas algumas eram. Seriam números inventados ou algo a mais existia por trás daquele número de janelas?

A vida transcorria normalmente naquela região, até que o Pedro Rezende, pai de Chico foi acusado de assassinar Adélia Fortes. Chico e sua mãe tiveram que fugir da cidade, pois a família Fortes queria vingança. Não houve despedidas e nem paradeiro mencionado, apenas um enorme buraco na vida daqueles jovens. Mas algo que intrigava a todos era que o pai de Chico desapareceu sem deixar rastros.

Trinta anos se passaram e Chico estava voltando para Bel Parque, ele não sabia exatamente porque, mas algo o chamava. Seria saudades de uma infância saborosa, talvez aquele sentimento mal resolvido com a Dani, garota que sempre esteve em seus pensamentos ou quem sabe, tentar realmente descobrir o quanto de verdade existia na acusação contra seu pai, pois Pedro Rezende com seu jeito simples e correto seria incapaz de tal atrocidade. Será?

O que Chico não imaginava que ao chegar em Bel Parque, descobriria o quanto a maldade era capaz de construir, destruir e encobrir. Algo aterrorizador estava perto de acontecer.

Ela está com fome.

Ela está chamando.

Ela respira, inspira e absorve.

Ela precisa fechar suas janelas!

Seria o momento da Redenção?

Comentando:

Com uma escrita macia e pesada, foi impossível não ser abraçada pela escuridão, que assola todo o enredo. Deve-se ter nervos de aço, pois o teor assombroso e deliciosamente cruel, seguido ao desfolhar do livro é surpreendente. O autor pegou minha mão e me mostrou cada meandro daquela casa sedenta, causando quase como um Déjà-vu, realmente parecia que eu já tinha estado em algum lugar parecido, sentindo a escuridão que assombrava aquele lugar. Sentia que havia algo escondido debaixo do assoalho e eu conseguia ouvir seu ranger, foi algo alucinante. A forma como ele coloca o preconceito de classe social, o racismo, as dores da injustiça, a brutalidade dos sentimentos, realmente foi algo tocante. Achei bem interessante como na história a cada momento brotava um novo elemento, parecia até que estava lendo Lovecraft e ao mesmo tempo uma áurea sombria que se confundia com o estilo de Stephen King, adorei!

Uma história muito bem contada e sem pontas soltas.

Eu indico

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